quarta-feira, 4 de maio de 2011

Como são belos os dias do despontar da existência ...

(Que doce a vida não era ??!!)
.
Hoje deparei com esse poeminha,
esse poeminha que um dia uma pequena
declamou, talvez seu primeiro poema lido
e recitado puxado pelos fios da memória.
Penso que começava ai uma das suas
paixões!

E num ímpeto saudosista compartilho
nesse espaço, os versos que alavancarão
outros e outros e mais...
.
MEUS OITO ANOS

Casimiro de Abreu

Oh que saudades que tenho

Da aurora da minha vida,

Da minha infância querida

Que os anos não trazem mais

Que amor, que sonhos, que flores,

Naquelas tardes fagueiras,

A sombra das bananeiras,

Debaixo dos laranjais.

Como são belos os dias

Do despontar da existência

Respira a alma inocência,

Como perfume a flor;

O mar é lago sereno,

O céu um manto azulado,

O mundo um sonho dourado,

A vida um hino de amor !

Que auroras, que sol, que vida

Que noites de melodia,

Naquela doce alegria,

Naquele ingênuo folgar

O céu bordado de estrelas,

A terra de aromas cheia,

As ondas beijando a areia

E a lua beijando o mar !

Oh dias de minha infância,

Oh meu céu de primavera !

Que doce a vida não era

Nessa risonha manhã

Em vez das mágoas de agora,

Eu tinha nessas delicias

De minha mãe as carícias

E beijos de minha, irmã !

Livre filho das montanhas,

Eu ia bem satisfeito,

Pés descalços, braços nus,

Correndo pelas campinas

A roda das cachoeiras,

Atrás das asas ligeiras

Das borboletas azuis!

Naqueles tempos ditosos

Ia colher as pitangas,

Trepava a tirar as mangas

Brincava beira do mar!

Rezava as Ave Marias,

Achava o céu sempre lindo

Adormecia sorrindo

E despertava a cantar !

Oh que saudades que tenho

Da aurora da minha vida

Da, minha infância querida

Que os anos não trazem mais

Que amor, que sonhos, que flores,

Naquelas tardes fagueiras,

A sombra das bananeiras,

Debaixo dos laranjais!

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